Estudo sobre temas bíblicos
Aqui terá temas sobre a bíblia, para ajudar de alguma forma as pessoas a compreender temas e personagens importantes, específicos desse livro maravilhoso que salva vidas.
A História do Apóstolo Pedro
O apóstolo Pedro era natural de Betsaida, na época uma aldeia de pescadores não muito distante de Cafarnaum e que ficava na região costeira do mar da Galiléia (Jo 1:44). Pedro também tinha casa em Cafarnaum, na Galiléia (Mc 1:21s). Alguns sugerem que sua residência realmente fosse em Cafarnaum, e Betsaida apenas sua aldeia de origem.
O apóstolo Pedro era irmão do apóstolo André, um pescador de profissão assim como ele. É bem provável que seu pai, Jonas, também fosse um pescador (Jo 1:42). O apóstolo Pedro era casado, tendo sido sua sogra curada por Jesus (Mc 1:30). Além disso, é possível que sua esposa frequentemente o acompanhasse em viagens ministeriais na Igreja Primitiva (1Co 9:5).
Pedro possuía uma educação considerada limitada e falava o aramaico com forte sotaque da região da Galiléia (Mt 26:73; Mc 14:70), idioma que também utilizava para ler e escrever. No entanto, Pedro também falava um pouco de grego, muito provavelmente por conta de sua profissão que exigia constante contato com gentios, além de ser muito utilizado na época, sobretudo nas cidades de Decápolis.
Pedro, Cefas, Simão e Simeão
Como já foi dito, o apóstolo Pedro é chamado por outros nomes na narrativa bíblica. Possivelmente seu nome original era o hebraico Simeão, utilizado originalmente em alguns textos de Atos 15:14 e 2 Pedro 1:1, e talvez ele tenha adotado o grego “Simão” com pronuncia semelhante.
Quando ele se encontrou com Jesus, o Senhor o chamou de Cefas, do aramaico Kefa’, que significa “rocha” ou “pedra”, que em sua forma grega é Petros, ou seja, Pedro (Jo 1:42). O significado desse título se refere ao fato de que Pedro se tornaria firme como uma rocha, ao invés de uma pessoa com temperamento inconstante.
Assim, a narrativa do Novo Testamento designa o apóstolo Pedro por essa variedade de nomes. O apóstolo Paulo o chamava de Cefas (1Co 1:12; 15:5; Gl 2:9), o apóstolo João geralmente o chamava de Simão Pedro, e Marcos o chamou de Simão até o capítulo 3 de seu livro e depois passou a designá-lo como Pedro.
A personalidade do apóstolo Pedro
Considerando todas as referências sobre o apóstolo Pedro disponíveis não apenas nos quatro Evangelhos, mas em todo Novo Testamento, os estudiosos entendem que ele foi um típico homem do campo, uma pessoa simples, direta e também muito impulsiva.
A escolha do apóstolo Pedro como discípulo de Jesus
O Evangelho de João relata um primeiro contato entre Jesus e Pedro, por intermédio de seu irmão, o apóstolo André (Jo 1:41), antes do início do ministério público do Senhor na Galiléia. Depois disto, Pedro e André continuaram com a pescaria durante um período de tempo, até que receberam um convite consequente de Jesus enquanto estavam pescando no mar da Galiléia (Mc 1:16s).
Mais tarde Jesus escolheu doze homens entre aqueles que o seguiam para serem seus discípulos mais próximos. Assim, o apóstolo Pedro foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, e também era um dos três que sempre estavam mais próximos do Senhor (Mc 5:37; 9:2; 14:33). Nas listas que trazem a relação dos doze discípulos de Jesus, o nome do apóstolo Pedro sempre aparece primeiro (Mc 3:16-19; Lc 6:14-16; Mt 10:2-4; At 1:13,14).
O apóstolo Pedro durante o ministério de Jesus
O apóstolo Pedro teve uma participação muito ativa e significante durante o ministério de Jesus. Como já foi dito, ele foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, estava entre os três mais próximos de Jesus, e em muitas ocasiões agiu como porta-voz dos Doze (Mt 15:15; 18:21; Mc 1:36s; 8:29; 9:5; 10:28; 11:21; 14:29; Lc 12:41).
Pedro foi o discípulo que pediu para encontrar Jesus andando sobre as águas (Mt 14:28). Foi ele também, juntamente com Tiago e João, que estiveram com Jesus no episódio da transfiguração (Mt 17:1-8).
O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, precipitadamente, tentou repreender Jesus diante do anúncio de sua morte iminente no Calvário (Mt 16:22).
Quando Jesus perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era, o apóstolo Pedro foi o primeiro a responder confessando que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16:16). O próprio Jesus atribui a resposta de Pedro como uma revelação de Deus que foi dada a ele.
Nessa mesma ocasião Jesus pronunciou a famosa frase “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Essa frase é alvo de intensos debates, deste muito tempo.
Pelo jogo de palavras que envolve o significado do nome “Pedro”, surgiram muitas interpretações, sendo que duas são as mais antigas e conhecidas: alguns sugerem que a “pedra” seria o próprio Pedro, enquanto outros defendem que a “pedra” seria diretamente a verdade que foi declarada por Pedro, isto é, o Cristo, o Filho do Deus vivo.
O apóstolo Pedro ouviu diretamente de Jesus a ordem “apascenta minhas ovelhas” (Jo 21:17). Numa determinada ocasião, Pedro questionou Jesus sobre a situação dele e dos demais que haviam deixado tudo o que tinham para segui-lo, e ouviu do Senhor a promessa das bênçãos do reino de Deus (Mc 10:28; Lc 18:28).
O apóstolo Pedro também aparece de forma bastante ativa durante a narrativa dos últimos momentos do Senhor Jesus antes da crucificação. Juntamente com o apóstolo João, Pedro recebeu a incumbência de organizar a última ceia em Jerusalém (Lc 12:8).
Inicialmente ele também se recusou a deixar que Jesus lhe lavasse os pés, mas quando foi advertido sobre a importância e a necessidade daquele ato do Senhor, ele pediu até mesmo um banho (Jo 13).
O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, conforme Jesus havia dito, o negou três vezes antes que o galo cantasse duas vezes, na ocasião que envolve a prisão e crucificação do Senhor. Na verdade essa sua negação contrasta diretamente com o comportamento valente e violento que ele demonstrou ao cortar a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, durante a prisão do Senhor. Diante do olhar de Jesus, ao lembrar-se das palavras do Mestre, Pedro se arrependeu profundamente (Mt 26:34-75; Mc 14:30-72; Lc 22:34-62; Jo 18:27).
É possível que o apóstolo Pedro tenha testemunhado a crucificação, apesar dos Evangelhos não o mencionarem (cf. 1 Pe 5:1). Cristo ressurreto apareceu pessoalmente ao apóstolo Pedro (Lc 24:33,34; 1Co 15:5).
A morte do apóstolo Pedro e o final de seu ministério (Crucificado de cabeça para baixo)
Após 50 d.C. não temos tantas informações detalhadas sobre o apóstolo Pedro. Considerando suas duas epístolas, sabemos que ele permaneceu ativo na pregação da Palavra de Deus e no pastoreio do rebanho do Senhor (1Pe 5:1,2) até a hora de sua morte.
Existe um grande debate se o apóstolo Pedro chegou a fixar residência em Roma ou não. O que é certo é que a igreja em Roma não foi fundada por ele, até porque seria muito improvável que Paulo escrevesse uma epístola àqueles irmãos sem mencioná-lo.
Na verdade não há qualquer base bíblica de que ele tenha sido o primeiro bispo de Roma, nem mesmo que tenha sido líder da igreja na cidade por um período de tempo considerável, e a tradição que afirma tal coisa é bastante questionável. Saiba mais sobre a igreja em Roma no panorama da Carta aos Romanos.
Apesar disto, é muito provável que ele tenha estado em Roma em algum momento próximo ao final de sua vida, e que tenha escrito suas duas epístolas desta cidade. Em 1 Pedro 5:13 o apóstolo escreve dizendo estar na “Babilônia”, e essa informação têm sido entendida pela maioria dos estudiosos como uma referência a cidade de Roma. A presença de Marcos na ocasião também favorece essa interpretação.
Existe uma tradição muito antiga e uniforme dentro do cristianismo de que o apóstolo Pedro tenha sido martirizado em Roma por volta de 68 d.C., tal como foi Paulo. Tertualiano (200 d.C.) defendeu tal informação, e Orígenes afirmou que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, uma informação também presente em alguns livros apócrifos.
A História do Apóstolo Paulo
o apóstolo Paulo, sem dúvida é um dos personagens bíblicos mais conhecidos por todos os cristãos. Ele considerado como sendo o maior líder do cristianismo.
Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso na Cilícia (Atos 16:37; 21:39; 22:25). Tarso não era um lugar insignificante (Atos 21:39), ao contrário, era um centro de cultura grega. Tarso era uma cidade universitária que ficava próxima da costa nordeste do Mar Mediterrâneo. Embora tenha nascido um cidadão romano, Paulo era um judeu da Dispersão, um israelita circuncidado da tribo de Benjamin, e membro zeloso do partido dos Fariseus (Romanos 11:1; Filipenses 3:5; Atos 23:6).
A infância e adolescência do apóstolo Paulo tem sido tema de grande debate entre os estudiosos. Alguns defendem que o apóstolo Paulo passou toda sua infância em Tarso, indo apenas durante sua adolescência para Jerusalém. Outros defendem que Paulo foi para Jerusalém ainda bem pequeno. Nesse caso, ele teria passado sua infância longe de Tarso. Na verdade, desde seu nascimento até seu aparecimento em Jerusalém como perseguidor dos cristãos, conforme os relatos do livro de Atos dos Apóstolos, há pouca informação sobre a vida do apóstolo Paulo. O apóstolo Paulo possuía cidadania romana. Sobre isso, ele próprio afirma ser cidadão romano de nascimento (Atos 22:28). Provavelmente essa declaração indica que sua cidadania foi herdada de seu pai. Estima-se que naquele tempo pelo menos dois terços da população do Império Romano não possuía cidadania romana. Não se sabe ao certo como o pai do apóstolo conseguiu tal cidadania. Algumas pessoas importantes e abastadas conseguiam comprar a cidadania (Atos 22:28). Outras, conseguiam tal cidadania ao prestar algum relevante ao governo romano. A cidadania romana concedia alguns privilégios, dentre os quais podemos citar:
- A garantia do julgamento perante César, se exigido, nos casos de acusação.
- Imunidade legal dos açoites antes da condenação.
- Não poderia ser submetido à crucificação, a pior forma de pena de morte da época.
Paulo o perseguidor
O livro de Atos dos Apóstolos informa que quando Estêvão foi apedrejado, suas vestes foram depositadas aos pés de Paulo de Tarso (Atos 7:58). Após esse episódio da morte de Estêvão, Paulo de Tarso assumiu uma posição importante na perseguição aos cristãos. Ele recebeu autoridade oficial para liderar as perseguições. Além disso, na qualidade de membro do concílio do Sinédrio, ele dava o seu voto a favor da morte dos cristãos (Atos 26:10). O próprio Paulo afirma que “respirava ameaça e morte contra os discípulos do Senhor” (Atos 9:1). Além de deflagrar a perseguição em Jerusalém, ele ainda solicitou cartas ao sumo sacerdote para as sinagogas em Damasco. Seu objetivo era levar preso para Jerusalém qualquer um que fosse seguidor de Cristo, tanto homem como mulher (Atos 9:2). Paulo perseguia e assolava a Igreja de Deus (Gálatas 1:13). Ele fazia isso acreditando que estava servindo a Deus e preservando a pureza da Lei.
A conversão de Paulo
As narrativas no livro de Atos, e as notas do próprio apóstolo Paulo em suas epístolas, sugerem uma súbita conversão. Entretanto, alguns intérpretes defendem que algumas experiências ao longo de sua vida devem tê-lo preparado previamente para aquele momento. A experiência do martírio de Estêvão e sua campanha de casa em casa para perseguir os cristãos podem ser exemplos disto (Atos 8:1-3; 9:1,2; 22:4; 26:10,11).
O que se sabe realmente é que Paulo partiu furiosamente em direção a Damasco com o intuito de destruir a comunidade cristã daquela cidade. De repente, algo inesperado aconteceu, algo que causou uma mudança radical, não só na vida de Paulo mas no curso da História.
Ao escrever Atos dos Apóstolos, Lucas interpreta a conversão de Paulo de Tarso como um ato miraculoso, um momento em que um inimigo declarado de Cristo transformou-se em apóstolo seu. Os homens que estavam com Paulo ouviram a voz, mas não compreenderam as palavras. Eles ficaram espantados, mas não puderam ver a Pessoa de Cristo.
Por outro lado, Paulo viu o Cristo ressurreto e ouviu suas palavras. Esse encontro foi tão importante para Paulo que a base de sua afirmação sobre a legalidade de seu apostolado está fundamentada nessa experiência (1 Coríntios 9:1; 15:8-15; Gálatas 1:15-17). Considerando que Paulo de Tarso não havia sido um doze discípulos de Jesus, além de ter perseguido seus seguidores, a necessidade e importância da revelação pessoal de Cristo para Paulo fica evidente. Essa experiência transformou Paulo de Tarso profundamente como é possível notar:
- Respondeu ao chamado de Cristo: o primeiro aspecto da mudança na vida do apóstolo Paulo pode ser percebido quando, imediatamente, ele responde à voz de Cristo: “Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Essa pergunta marcou o começo de seu novo relacionamento com Cristo (Gálatas 2:20).
- De perseguidor a pregador do Evangelho: a mudança radical que atingiu a vida do apóstolo Paulo fica evidente na mensagem que ele começou a pregar na própria cidade de Damasco. Isso é realmente impressionante. Ele começou a pregar o Evangelho no mesmo lugar em que pretendia prender os seguidores de Cristo (Atos 9:1,2).
- Mudança de vida total: antes da conversão, Paulo de Tarso não aceitava a divindade de Jesus. Ele até acreditava que ao perseguir seus seguidores como um animal selvagem, tentando força-los a blasfemar contra Jesus, estaria fazendo a vontade de Deus (Atos 26:9-11; 1 Coríntios 12:3). É certo dizer que ele via Jesus como um impostor. Após sua conversão, sua pregação não era outra senão anunciar que Jesus é o Filho de Deus (Atos 9:20). O Paulo duro, rigoroso, ameaçador e violento de outrora, depois de convertido passou a demonstrar ternura, sensibilidade e amor. Essas características ficam evidentes em suas obras.
O ministério do apóstolo Paulo
Após o encontro que teve com Cristo, o apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias. Foi Ananias quem o batizou (Atos 9:17,18). Também foi ali, naquela mesma cidade, que Paulo começou sua obra evangelística.
Não há informações detalhadas sobre os primeiros anos de seu ministério. O que se sabe é que o apóstolo Paulo pregou rapidamente em Damasco e depois foi passar um tempo na Arábia (Atos 9:20-22; Gl 1:17). A Bíblia não esclarece o que ele fez ali, nem mesmo qual o lugar específico da Arábia em que ele ficou. Depois, o apóstolo Paulo retornou a Damasco, onde sua pregação provocou uma oposição tão grande que ele precisou fugir para salvar sua própria vida (2 Coríntios 11:32,33).
Naquela ocasião ele fugiu para Jerusalém (Gálatas 1:18). Nesse tempo havia completado cerca de três anos de sua conversão. Paulo tentou juntar-se aos discípulos, porém estavam todos receosos com ele. Foi então que Barnabé se dispôs a apresentá-lo aos líderes dos cristãos. Entretanto, seu período em Jerusalém foi muito rápido, pois novamente os judeus procuravam assassiná-lo.
Por conta disso, os cristãos decidiram despedir Paulo, uma decisão confirmada pelo Senhor numa visão. Segundo o que ele próprio afirma em Gálatas 1:18, ele ficou somente quinze dias com Pedro. Essa informação se harmoniza com o relato de Atos 22:17-21. Paulo acabou deixando Jerusalém antes que pudesse se encontrar com os demais apóstolos, e também antes de se tornar conhecido pessoalmente pelas igrejas da Judeia. Porém, os crentes de toda aquela região já ouviam as boas-novas sobre Paulo.
Viagens missionárias do Paulo
O trabalho evangelístico do apóstolo Paulo abrangeu um período de cerca de dez anos. Esse trabalho aconteceu principalmente em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. Paulo concentrava-se nas cidades-chave, isto é, nos maiores centros populacionais de sua época. Isso fazia parte de seu planejamento missionário. Quando alguns judeus e gentios aceitavam a mensagem do Evangelho, logo esses convertidos tornavam-se o núcleo de uma nova comunidade local. Dessa forma, o apóstolo Paulo alcançou até mesmo as áreas rurais. A estratégia missionária usada pelo apóstolo Paulo pode ser resumida da seguinte forma:
- Ele trabalhava nos grandes centros urbanos, para que dali a mensagem se propagasse nas regiões circunvizinhas.
- Ele pregava nas sinagogas, a fim de alcançar judeus e prosélitos gentios.
- Ele focava sua pregação na comprovação de que a nova dispensação é o cumprimento das profecias da antiga dispensação.
- Ele percebia as características culturais e as necessidades dos ouvintes. Assim ele aplicava tais particularidades em sua mensagem evangélica.
- Ele mantinha o contato com as comunidades cristãs estabelecidas. Esse contato se dava por meio da repetição de visitas e envio de cartas e mensageiros de sua confiança.
- Ele estava atento as desigualdades presentes na sociedade de sua época, e promovia a unidade entre ricos e pobres, gentios e judeus. Além disso, ele solicitava que as igrejas mais prósperas auxiliassem os mais pobres.
Em Atos 14:21-23, é possível perceber que o método de Paulo para estabelecer uma igreja local obedecia a um padrão regular. Primeiramente era feito um trabalho dedicado ao evangelismo, com a pregação do Evangelho. Depois havia um trabalho de edificação, onde os crentes convertidos eram fortalecidos e encorajados. Por último, presbíteros eram escolhidos em cada igreja, para que a organização eclesiástica fosse estabelecida.
Primeira viagem missionária
A primeira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 13:1-14:28). Não se sabe exatamente quanto tempo durou essa primeira viagem. Sabe-se apenas que ela deve ter ocorrido por volta de 44 e 50 d.C. O ponto de partida foi Antioquia, um lugar que havia se tornado um tipo de centro do Cristianismo entre os gentios.
Basicamente a viagem foi concentrada na Ilha de Chipre e na parte sudeste da província romana da Galácia. Barnabé foi o líder até um determinado momento da viagem, e Paulo era o pregador principal. João Marcos servia como auxiliador dos missionários principais. Entretanto, João Marcos os deixou (literalmente os abandonou) e retornou para Jerusalém. A partir desse ponto, o apóstolo Paulo assumiu a liderança da missão.
Segunda viagem missionária
A segunda viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 15:36-18:22. O propósito dessa viagem, conforme o próprio Paulo diz, era visitar os irmãos por todas as cidades em que a palavra do Senhor já havia sido anunciada (Atos 15:36). No entanto, ao discordarem sobre a ida de João Marcos na viagem missionária, Paulo e Barnabé decidiram se separar. Então Paulo levou consigo Silas, também chamado de Silvano.
A data provável dessa viagem fica entre os anos de 50 e 54 d.C. Essa segunda viagem cobriu um território bem maior do que a primeira, estendendo-se até a Europa. A obra evangelística foi concluída na Macedônia e Acaia, e as cidades visitadas foram: Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto.
O apóstolo Paulo permaneceu em Corinto um longo tempo (Atos 18:11,18). Ali ele pregou o Evangelho e exerceu sua atividade profissional de fazer tendas. Foi dessa cidade que ele enviou a Epístola aos Gálatas e, provavelmente, um pouco depois, também enviou as Epístolas aos Tessalonicenses. Paulo também parou brevemente em Éfeso, e ao partir prometeu retornar em outra ocasião (Atos 18:20,21).
Terceira viagem missionária
A terceira viagem missionária de Paulo está registrada em Atos 18:23-21:16. Essa viagem ocorreu entre 54 e 58 d.C. O apóstolo Paulo atravessou a região da Galácia e Frígia e depois prosseguiu em direção a Ásia e à sua principal cidade, Éfeso. Ali o apóstolo ficou por um longo período, cumprindo a promessa anteriormente feita (Atos 19:8-10; 20:3).
É provável que todas, se não pelo menos a maioria das sete igrejas da Ásia, tenha sido fundada durante esse período. Parece que antes de Paulo escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, ele fez uma segunda visita à cidade de Corinto, regressando logo depois para Éfeso. Então, mais tarde, ele escreveu 1 Coríntios.
Quando deixou Éfeso, Paulo partiu para a Macedônia. Foi ali, talvez em Filipos, que ele escreveu a Segunda Epístola aos Coríntios. Depois, finalmente o apóstolo Paulo passou pela terceira vez em Corinto. Antes de partir dessa cidade, provavelmente ele escreveu a Epístola aos Romanos (cf. Romanos 15:22-25).
O resultado das viagens missionárias do apóstolo Paulo foi extraordinário. O Evangelho se espalhou consideravelmente. Estima-se que perto do final do período apostólico, o número total de cristãos no mundo era em torno de quinhentos mil. Apesar de esse resultado ter sido fruto de um árduo trabalho que envolveu um enorme número de pessoas, conhecidas e anônimas, o obreiro que mais se destacou nessa missão certamente foi o apóstolo Paulo.
Morte do apóstolo Paulo. (Decapitado)
A tradição cristã conta que a morte do apóstolo Paulo ocorreu junto da estrada de Óstia, fora da cidade de Roma. Ele teria sido decapitado. Talvez o texto que mais defina a biografia do apóstolo Paulo seja exatamente esse:
Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Timóteo 4:7,8)
Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo
- Romanos
- I Coríntios
- II Coríntios
- Gálatas
- Efésios
- Filipenses
- Colossenses
- I Tessalonicenses
- II Tessalonicenses
- I Timóteo
- II Timóteo
- Tito
- Filémon
História do Rei Davi
A história de Davi é uma das mais conhecidas da Bíblia Sagrada. O rei Davi foi o segundo monarca de Israel, o homem escolhido por Deus para liderar seu povo. A vida de Davi é narrada no Antigo Testamento, nos livros de 1 e 2 Samuel, 1 Reis e 1 Crônicas.
Davi era o filho mais novo de Jessé, pertencia à tribo de Judá, e era neto da moabita Rute com o judeu Boaz. Ele nasceu em Belém, uma cidade que ficava aproximadamente 10 quilômetros ao sul de Jerusalém. Seu pai era um homem rico e respeitado na cidade. Davi foi criado como pastor de ovelhas. Essa profissão lhe ensinou muitas qualidades que ele pôs em prática ao longo de sua vida. Quando ele assumiu o trono de Israel, por exemplo, ele demonstrou ter coragem, dedicação e cuidado com o povo. Exercendo sua profissão de apascentar ovelhas, Davi enfrentou situações desafiadoras, como um urso e um leão (1 Samuel 17:34-37). O texto bíblico afirma que Davi era ruivo, do hebraico ‘admoni, “vermelho”, e possuía boa aparência (1 Samuel 16:12).
A primeira vez que Davi é mencionado na Bíblia é no texto que descreve a ocasião da visita do profeta Samuel a Belém. Deus havia rejeitado Saul como rei de Israel, e revelou que seu sucessor estava na casa de Jessé.
Davi é ungido rei por Samuel
O profeta Samuel entrevistou os irmãos de Davi como possíveis candidatos ao trono. Inicialmente Davi não estava presente. Porém, quando nenhum dos outros filhos de Jessé atendeu as especificações divinas, Davi foi chamado do campo onde cuidava do rebanho.
Quando Davi se apresentou, Deus confirmou ao profeta Samuel que ele era o escolhido. Então Davi foi ungido na presença de seus irmãos (1 Samuel 16:13). No entanto, o propósito de tal unção não foi revelado publicamente naquela ocasião. A maioria dos comentaristas entende que provavelmente os que estavam presentes naquele momento entenderam que talvez Samuel estivesse ungindo um possível sucessor em seu ministério profético. Seria algo semelhante ao que fez o profeta Elias ao ungir o jovem Eliseu como seu sucessor.
Seja como for, o importante é que a Bíblia afirma que a partir daquele dia “o Espírito do Senhor se apoderou de Davi” (1 Samuel 16:13). Apesar de ter sido escolhido por Deus, ainda demoraria algum tempo até que Davi fosse reconhecido pelo povo como rei.
Davi e Golias
Um episódio que trouxe um extremo reconhecimento a Davi entre o povo de Israel foi quando ele enfrentou e matou o gigante filisteu Golias (1 Samuel 17). Davi havia saído de casa para levar alimento aos seus irmãos que eram guerreiros, bem como colher informações para seu pai sobre a batalha contra os filisteus.
Já no campo de batalha, Davi tomou conhecimento do desafio imposto por Golias ao exército de Israel. Ele havia proposto uma batalha individual contra o escolhido do lado hebreu. O lado vencedor determinaria o resultado da batalha.
Esse desafio já durava quarenta dias, mas ainda ninguém havia sido escolhido para lutar contra Golias. Para os israelitas, lutar contra aquele gigante parecia ser um suicídio. O próprio rei Saul entendia os riscos daquela escolha. Por isto ele ofereceu muitas recompensas para quem se prontificasse a lutar contra Golias. Além das recompensas, Saul também ofereceu a mão de sua filha em casamento.
Quando Davi se ofereceu para aceitar o desafio do gigante filisteu, ele recebeu o melhor equipamento militar entre os hebreus. Porém, ele recusou a oferta, pois não conseguiu manejar a armadura. Na ocasião do combate, Davi utilizou a pedra e uma funda como arma. O gigante foi derrotado, sua cabeça foi cortada e a vitória do jovem pastor evidenciou que o Senhor dos Exércitos estava com ele.
Davi na corte de Saul
Não é possível precisar com exatidão a cronologia dos eventos que seguem a unção de Davi por Samuel, a vitória sobre Golias e sua atuação na corte de Saul. O que sabemos é que Davi foi recomendado como músico para aliviar a melancolia de Saul (1 Samuel 16:18). Quando enfrentou o Golias, ele se revezava como pastor do rebanho de seu pai e suas tarefas na corte de Saul.
Além de músico particular do rei, Davi também começou a ser o portador da armadura de Saul. O rei havia se afeiçoou a ele (1 Samuel 16:21-23). Após o ato heroico de Davi derrotando o gigante, sua popularidade cresceu grandemente entre o povo.
Davi como rei
A história de Davi como rei começou ainda antes de ele assumir o trono de Israel. Primeiramente ele tornou-se rei da tribo de Judá em Hebrom (2 Samuel 2-4). Esse local ficava aproximadamente 50 quilômetros de Jerusalém, e passou a ser sua capital.
Como rei em Hebrom, Davi fez importantes alianças estratégicas. Aos poucos ele começou a conquistar as principais lideranças de Israel. Com isso, ele contornou a indisposição com muitos daqueles que apoiavam a casa de Saul. Davi ficou em Hebrom durante sete anos e meio.
Davi, rei de Israel
Davi se tornou rei sobre as doze tribos de Israel após a morte de Isbosete, filho de Saul. Isbosete havia sido proclamado rei por alguns apoiadores de seu pai. Um deles foi o antigo capitão de Saul, Abner, que também acabou sendo morto. Davi assumiu o trono de Israel ainda em Hebrom, porém pouco depois transferiu sua capital para Jerusalém (2 Samuel 3-5).
Dessa forma, o rei Davi se tornou o primeiro a governar Israel como um império unificado. Mesmo com a divisão que ocorreu após a morte de seu filho, o rei Salomão, a dinastia da casa de Davi durou aproximadamente 425 anos.
Já em Jerusalém, o rei Davi construiu seu palácio no Monte Sião, após conquistar a região dos jebuseus (2 Samuel 5:6-9). Além dessa, ele também construiu várias outras construções importantes. O rei Davi também centralizou a adoração a Deus em Jerusalém, colocando a Arca da Aliança na capital do império, e desejava construir um Templo ao Senhor, porém essa tarefa Deus não lhe permitiu executar, ficando a cargo posteriormente de seu filho, Salomão.
O rei Davi também estabeleceu um poderoso exército profissional. Ele conquistou vitórias lendárias contra os edomitas, filisteus, cananeus, moabitas, amonitas, arameus e amalequitas. O rei Davi edificou estradas e fortaleceu rotas comerciais. Suas ações trouxeram grande prosperidade ao povo de Israel.
O pecado do rei Davi
Foi no período de grande prosperidade do reino de Israel que Davi experimentou seu tombo mais amargo, onde conspirou adulterou com Bete-Seba e conspirou a morte de Urias, esposo da mulher.
O rei Davi foi duramente repreendido pelo profeta Natan, expondo um pecado que até então parecia que ficaria encoberto. Davi casou-se com Bate-Seba, se arrependeu profundamente, Deus o perdoou, mas não deixou de castigar o seu pecado (2 Samuel 12). Da união entre Bate-Seba e Davi nasceu seu herdeiro no trono de Israel, o rei Salomão.
As consequências do pecado de Davi puderam ser vistas claramente na sequencia da história de Israel. Certamente esse pecado descrito nas Escrituras é um alerta para cada um de nós, pois o caráter santo e justo de Deus não tolera esse tipo de coisa.
O salmista Davi
O rei Davi é descrito como “o doce salmista de Israel” (2 Samuel 23:1). O Antigo Testamento faz inúmeras referências a Davi como tendo sido um tipo de líder da adoração musical de Israel. Ele também foi um inventor de instrumentos musicais e um habilidoso compositor (Neemias 12:24-46; Amós 6:5).
De todos os salmos registrados na Bíblia, 73 deles em seus títulos atribuem sua autoria a Davi. Alguns alguns deles são identificados como sendo salmos messiânicos. Na verdade o próprio Jesus atribui a autoria de um desses salmos a Davi (Levítico 20:42).
Davi no Novo Testamento
O rei Davi é citado inúmeras vezes não apenas no Antigo Testamento, mas também no Novo Testamento. A menção mais importante sobre sua pessoa é como sendo um ancestral segundo a carne de nosso Senhor Jesus (Romanos 1:3). Ele é citado com destaque na genealogia de Jesus nos Evangelhos.
Ao todo, existem pelo menos 58 referências ao rei Davi no Novo Testamento. Entre elas, está incluso o título frequentemente utilizado para se referir a Jesus como “Filho de Davi”. No livro do Apocalipse, o apóstolo João registrou as seguintes palavras ditas pelo próprio Jesus: “Eu sou a raiz e a geração de Davi”(Apocalipse 22:16).
Uma das descrições mais conhecidas sobre quem foi Davi está registrada no livro de Atos dos Apóstolos. Nela, lemos que o rei Davi era um homem “segundo o coração de Deus” (Atos 13:22).
Quem foi Moisés?
Moisés foi o grande líder de Israel, que libertou seu povo da escravidão do Egito.Moisés recebeu os Dez Mandamentos de Deus e que preparou os hebreus para a conquista de Canaã.
Um menino muito especial
O faraó do Egito se sentia ameaçado pelos israelitas, por isso os escravizou e mandou matar todos os meninos. Mas uma mulher israelita escondeu seu filho num cesto no rio Nilo. A filha do faraó encontrou o menino e o adotou. Ela lhe deu o nome Moisés, que significa “tirado das águas”. Moisés cresceu na casa do faraó e recebeu uma educação de príncipe . Mas Moisés nunca se esqueceu de suas origens e se identificava com os hebreus.
Moisés foge do Egito
Um dia, Moisés matou um egípcio que estava maltratando um hebreu. Mas ele foi descoberto e fugiu com medo. Moisés foi para a terra de Midiã, onde ficou na casa de um sacerdote chamado Jetro. Ele casou com Zípora, a filha de Jetro, e teve dois filhos. Moisés, o príncipe, se tornou num simples pastor de ovelhas durante 40 anos! Um dia Moisés viu uma sarça em chamas que não era consumida pelo fogo. Ali, Deus mandou Moisés voltar para o Egito para libertar seu povo. Moisés hesitou mas acabou obedecendo a Deus.
Israel sai do Egito
Com 80 anos, Moisés confrontou o faraó mas este se recusou a libertar os israelitas. Por isso, Deus mandou dez pragas sobre o Egito. Todos menos os hebreus foram afetados. Depois da última praga, o faraó deixou o povo de Israel partir. Os hebreus saíram triunfantes do Egito, mas o faraó se arrependeu e saiu em perseguição . Os hebreus ficaram encurralados entre o exército do faraó e o Mar Vermelho. Deus então mandou Moisés erguer sua vara sobre o mar. Veio um grande vento que abriu o mar e os israelitas passaram em terra seca. Mas quando o exército egípcio os seguiu, o Mar Vermelho se fechou e todos morreram afogados. Assim, os israelitas ficaram livres de vez do poder do Egito.
Moisés, líder de Israel
Moisés levou o povo até o monte Sinai, onde recebeu os Dez Mandamentos e todas as leis para governar o povo de Deus. Mas os israelitas se rebelaram e adoraram um bezerro de ouro. Deus puniu o povo mas Moisés intercedeu por eles e Deus não os destruiu totalmente. Algum tempo depois, chegaram à fronteira da terra prometida. Mas o povo ficou com medo dos habitantes e se recusou a entrar. Então Deus declarou que iriam passar 40 anos no deserto, até que toda a geração rebelde tivesse morrido.
Durante 40 anos, Moisés liderou os hebreus no deserto. O povo era ingrato e várias vezes se rebelou contra Moisés e contra Deus. Moisés era um homem muito paciente mas ele ficava frustrado com a falta de fé do povo diante de tantos milagres. No fim de sua vida, Moisés levou o povo novamente até a fronteira da terra prometida. A nova geração não era rebelde e estava pronta para a conquista. Do monte Nebo, Moisés viu a terra prometida e depois morreu. Moisés é lembrado como um grande herói, que foi fiel a Deus e, por isso, viu grandes milagres.
Quem era a mãe de Moisés?
A mãe de Moisés era Joquebede, uma mulher da tribo do Levi. Ela nasceu no Egito e casou com seu sobrinho Anrão. A Bíblia conta que teve três filhos: Miriã, Arão e Moisés.
O que Joquebede fez?
Joquebede salvou seu filho, Moisés, da morte quando ele era bebê. O faraó mandou lançar todos os meninos recém-nascidos ao rio Nilo, para impedir o povo judeu de ficar muito forte e se revoltar contra os egípcios. Mas quando Joquebede teve Moisés, ela escondeu o menino por três meses. Chegou uma hora em que já não o conseguia esconder, por isso fez um pequeno barco com um cesto, colocou Moisés dentro e o deixou na margem do rio Nilo. A filha do faraó encontrou o cesto, teve dó do menino e o adotou. Ela contratou Joquebede para ser a ama de Moisés. Assim, Joquebede criou seu filho quando era pequeno. A Bíblia não conta mais nada sobre a mãe de Moisés.
Quais foram as 10 pragas do Egito?
1. Sangue
Quando Moisés e Arão pediram a libertação dos hebreus, o faraó rejeitou seu pedido. Então Deus tornou a água do rio Nilo em sangue. Ninguém conseguia beber a água do rio e todos os peixes morreram. Mas os magos do faraó também conseguiram transformar água em sangue e o faraó não libertou os hebreus . Essa praga foi um grande golpe para o Egito. O rio Nilo representava a vida do país, porque todo seu sustento dependia dele. Os egípcios adoravam o rio mas agora se tinha tornado um lugar de morte. Deus mostrou que Ele é o único dono da vida.
2. Rãs
Deus mandou Arão estender sua vara sobre as águas do Egito e rãs subiram, cobrindo toda a terra.
Para os egípcios, a rã era associada à deusa da fertilidade. As rãs apareciam mais na época de cheia do rio Nilo mas nunca tinham aparecido tantas rãs assim. Em vez de ser símbolo de bênção, Deus transformou a rã em um grande problema novamente humilhou os deuses do Egito.
3. Piolhos
Deus mandou Arão ferir o pó com sua vara e surgiram piolhos (ou pulgas, ou outro bicho parecido) sobre as pessoas e os animais em toda a terra. Dessa vez, os magos não conseguiram fazer o mesmo e reconheceram a ação de Deus. A Bíblia diz que os piolhos surgiram do pó. Por ordem de Deus, a própria terra se virou contra os egípcios! Deus mostrou que Ele é o dono de toda a terra.
4. Moscas
Deus enviou enxames de moscas sobre o Egito, que arruinaram a terra. Mas as moscas não entraram na região onde os hebreus moravam. Moscas causam grande desconforto e transmitem muitas doenças. Deus atacou a saúde e o conforto dos egípcios mas poupou os hebreus. Deus mostrou que Ele cuida de quem o ama.
5. Morte dos rebanhos
Deus enviou uma praga que matou os rebanhos de cavalos, jumentos, camelos, bois e ovelhas dos egípcios em um só dia. O faraó investigou e descobriu que nenhum animal dos hebreus tinha morrido. Os rebanhos eram a fonte principal de carne na dieta dos egípcios, além de bens essenciais, como leite, couro e lã. Alguns deuses egípcios importantes tinham caraterísticas de bois. Com essa praga, Deus atacou a economia do Egito.
6. Feridas
Deus mandou Moisés pegar um punhado de cinzas e espalhá-lo pelo ar. Quando Moisés fez isso, feridas purulentas surgiram nos homens e animais. Até os magos do faraó foram infetados. Nenhum dos deuses da saúde ou da cura livrou os egípcios da doença. Deus mostrou que Ele tem poder sobre a saúde e a doença.
7. Granizo
Moisés avisou o faraó que Deus iria mandar a pior tempestade de granizo de sempre sobre o Egito. Alguns dos conselheiros do faraó ouviram o aviso e abrigaram seus escravos e rebanhos antes da tempestade. Mas todos que ficaram no campo morreram com a força do granizo, junto com as plantas.
8. Gafanhotos
Moisés avisou que Deus iria mandar gafanhotos sobre o Egito e os conselheiros do faraó lhe imploraram para libertar os hebreus, para não devastar mais a terra. Mas o faraó se irritou com Moisés e Arão e os expulsou de sua presença. Surgiram tantos gafanhotos que a terra se escureceu com eles. Toda a vegetação que restava foi destruída. Deus destruiu todas as fontes de alimento no Egito. Os deuses que deveriam garantir o sustento falharam. Deus mostrou que Ele é quem dá sustento.
9. Trevas
Deus mandou Moisés estender a mão para o céu e trevas densas cobriram o Egito durante três dias. Ninguém podia ver nem fazer nada. Apenas os israelitas tinham luz. Os faraós eram considerados descendentes do deus do sol. Esse foi um ataque direto ao faraó e todo seu poder. Durante três dias, o faraó esteve incapacitado pela falta de luz. Deus mostrou que Ele tem todo poder.
10. Morte dos primogênitos
De noite, Deus passou pelo Egito e matou o primeiro filho de todas as famílias do Egito e as primeiras crias de todos os rebanhos. Somente os israelitas, que tinham colocado o sangue dos carneiros oferecidos a Deus nos batentes de suas portas, não sofreram perda. A décima praga foi um ataque a todo o Egito e seu futuro. O primeiro filho era o herdeiro principal e o sinal da continuidade dos pais. Deus mostrou que Ele tem poder até sobre a vida e o futuro. Depois que perdeu seu filho, o faraó finalmente libertou os hebreus, que deixaram o Egito, rumo à terra prometida. As pragas que Deus enviou atacaram tudo que era precioso e sagrado para os egípcios. Por não obedecerem a Deus, Ele destruiu tudo em que confiavam. As pragas do Egito provaram que Deus tem poder sobre tudo e não existem outros deuses.
Quem foram os 12 apóstolos?
Os 12 apóstolos foram: Simão (também chamado Pedro), André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Filipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Tadeu (também chamado Judas), Simão (o zelote) e Judas Iscariotes ("Lucas 6:13-16). Eles acompanharam Jesus durante o Seu ministério e foram chamados para proclamar o evangelho ao mundo. Segundo tradição, só João morreu de causas naturais.
O que significa apóstolo?
“Apóstolo” significa “enviado”. Os apóstolos foram 12 pessoas que acompanharam Jesus e tinham intimidade com Ele. Jesus deu treino especial aos apóstolos, para anunciar o evangelho e fundar a Sua Igreja. Depois do Pentecostes, eles se tornaram os líderes da igreja primitiva, ensinando o que tinham aprendido com Jesus e criando uma base sólida para o crescimento da igreja. Eles viajaram para outras terras e fundaram igrejas em muitos lugares, através dos seus testemunhos sobre Jesus e de milagres. Muita da informação dos Evangelhos provavelmente foi fornecida pelos apóstolos.
Quem foi o discípulo amado?
O discípulo amado provavelmente foi João, um dos 12 apóstolos. O discípulo amado é o autor do quarto evangelho, atribuído a João. Ele tinha muita intimidade com Jesus e o seguiu durante todo o seu ministério. O discípulo amado provavelmente não usou seu nome por modéstia. Ele registrou os nomes de outros discípulos e seguidores de Jesus mas não o seu. O discípulo amado registrou os eventos do evangelho de João e parece ter sido conhecido dos primeiros leitores desse evangelho, então não precisava se identificar (João 21:24). O discípulo amado pode não se ter identificado também por motivos literários: para cada leitor se identificar mais facilmente com ele. Quem lê o evangelho de João pode se colocar no lugar do discípulo que Jesus amava, porque ele ama todos os seus discípulos.
Porquê João?
João era um dos discípulos mais próximos de Jesus, junto com seu irmão Tiago e Pedro, seu sócio de pesca. Ele acompanhou Jesus desde o início de seu ministério, por isso teria muita informação para escrever um evangelho. A evidência aponta para João:
- O discípulo amado era um dos 12 apóstolos, que estavam à mesa com Jesus na última ceia
- O evangelho de João nunca fala os nomes de João nem seu irmão Tiago, mas fala de Pedro, André e outros apóstolos menos íntimos de Jesus
- Tiago foi morto antes da escrita do evangelho de João, por isso o discípulo amado não podia ser Tiago
- O discípulo amado era amigo de Pedro e o acompanhava para muitos lados, tal como João.
Quem foi José do Egito, o hebreu pobre que se tornou poderoso no Egito?
José foi o décimo primeiro filho de Jacó, nascido de Raquel, citado no Antigo Testamento, em Gênesis 37:, considerado o fundador da tribo de José, constituída, por sua vez, da tribo de Efraim e da tribo de Manassés (seus filhos). Quando foi coroado como um homem de confiança ao Faraó, foi-lhe concedida a mão de Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.
Filho preferido de Jacó, apesar de não ser o seu primogênito (mas o primeiro filho de Raquel, a mulher que mais amava), José nunca escondeu a sua liderança. O favoritismo, de que era alvo por parte do pai, valeu-lhe a malquerença dos irmãos, que o venderam, ainda jovem, com apenas 17 para 18 anos, por 20 moedas (sheqel) de prata, como escravo a mercadores ismaelitas, que o levaram ao Egito do período da XVII dinastia.
Já no Egito, foi comprado por Potifar (oficial e capitão da guarda do rei do Egipto), de quem conquistou a confiança e tornou-se o diligente dos criados e administrador da casa. Na casa de Potifar, acabou estudando com um escriba e aprendeu a língua egípcia. Foi preso após acusação injusta de tentativa de abuso da mulher do seu amo, depois de uma tentativa frustrada de sedução por parte desta.
José, na prisão
Na prisão, tornou-se conhecido como intérprete dos sonhos. Lá, ele decifrou o sonho do copeiro-chefe e padeiro-chefe do palácio do Faraó, que foram presos acusados de conspiração. Segundo a interpretação de José, o sonho do padeiro-chefe indicava que este seria enforcado, mas o do copeiro-chefe indicava que este seria salvo, o que de fato aconteceu.
Como José, tornou-se governador de todo o Egito?
Dois anos mais passaria José na prisão, até que o Faraó pediu para que interpretasse um sonho que tivera, aconselhado pelo copeiro-mor. Em parte do sonho, Faraó via subir do Nilo sete vacas gordas e em seguida outras sete vacas magras, que devoravam as sete vacas gordas. José interpretou o sonho do Faraó como sendo uma previsão de que viriam sobre o Egito sete anos de abundância, seguidos por mais sete de seca e fome. O Faraó, satisfeito com a interpretação dada ao seu sonho, dá a José um anel de seu dedo, o faz vestir vestes de linho fino, põe um colar de ouro no seu pescoço e o constitui sobre toda a terra do Egito. José tinha então a idade de trinta anos. O Faraó deu-lhe ainda Azenate por mulher. José, então, ordena que se construam celeiros para guardar a produção do Egito durante os anos de fartura. Em verdade, também, nos anos em que passou na prisão, havia se inteirado da situação política do Egito e sabia também que nos anos de seca que viriam, como se mostrou nos sonhos do Faraó, apenas o Baixo Egito teria mantimentos que tinham sido armazenados. E assim aconteceu. Nos sete anos de seca que vieram depois, havia fome em todas as terras, menos nas terras do Faraó. Todo o Egito clamava a Faraó por alimento e este mandava que fossem a José e este abriu todos os celeiros e vendia os mantimentos aos egípcios. José reencontra-se também com os seus irmãos, que vieram em busca de alimento e que, ao serem reconhecidos pelo irmão poderoso, tiveram medo de serem castigados pelo que tinham feito a ele, porém José os perdoou, chorando junto com eles. José enviou seus irmãos de volta a seu pai, com um recado: para que todos descessem ao Egito, sem demora, para habitar a Terra de Gósen e assim ficar perto dele. Pediu que viessem os filhos, netos, rebanhos e tudo quanto tivessem. José os sustentaria, pois ainda restavam cinco anos de fome. Quando Jacó (Israel) chegou ao Egito, José subiu ao seu encontro, abraçando-o e chorando demoradamente. Todos os onze irmãos a quem José ajudou, além de seu pai e todos os demais parentes (sendo ao todo sessenta e seis pessoas), foram: Zebulom, Issacar, Rúben, Naftali, Benjamim, Dã, Simeão, Levi, Judá, Gade e Aser. É assim que o povo israelita se instala no Egito, antes de ser escravizado e, mais tarde, libertado sob a liderança de Moisés.
Segundo muitos estudos, como foi o fim do glorioso governo de José?
É possível que durante os anos de seca os sacerdotes tenham conseguido despertar a ira popular contra José e Apopi I, o faraó hicso, pois é durante esses anos que acontecem vários conflitos civis contra os governantes que terminaram com a vitória do faraó Taá II e seu exército, que tomaram primeiro Mênfis e depois a então capital Tânis. Vendo-se sem condições de vencer, Apopi e seus vassalos refugiam-se em Aváris, a cidade fortaleza construída pelos hicsos. Os hicsos acabaram finalmente vencidos, depois de aproximadamente 500 anos sobre as terras do Egito, por Amósis filho de Taá, na XVIII dinastia. É muito provável que José tenha morrido durante esses combates contra Taá II ou em um dos conflitos civis. Mesmo com a ascensão demorada de José, que era cárcere e, depois de Deus o usar como intérprete para os sonhos do Faraó Apopi I, se tornar o 2º na terra do Egito, nunca foi vista uma mudança de ego em José. Após o encontro com sua família, José arranjou a melhor terra no Egito para que sua família morasse. José viveu muitos anos no Egito até sua morte com 110 anos. mas nunca se esqueceu da aliança de Deus para o povo de Israel. Essa aliança foi a de que a terra de Canaã, onde morava seu pai Jacó, seria dada à Abraão e seus descendentes. Antes de sua morte, José pediu para que fosse enterrado na Terra de Canaã, pois era a Terra que Deus tinha dado a Abraão e seus descendentes por herança. O povo de Israel somente saiu da escravidão do Egito após 215 anos a contar da descida de Jacó ao Egito para encontrar-se com José, sendo libertados por Moisés.
“Mas vós, perguntou Ele, quem dizeis que Eu sou? Então, falou Pedro e disse: És o Cristo de Deus” (Lc 9:20).
Quem é Jesus Cristo?

Jesus poderia perfeitamente ganhar o título de o melhor professor, de um revolucionário, de um líder por excelência e de um psicólogo capaz de sondar as profundezas da alma. Ele era tudo isso e muito mais.
Porém, nenhuma dessas coisas pode, nem de longe, ser a resposta da pergunta de suprema importância que o próprio Jesus suscitou: “Mas vós, […] quem dizeis que Eu sou?” (Lc 9:20).
Jesus é Deus. é Filho e Espirito Santo.
Quem Foi o Judá na Bíblia?
Judá foi o quarto filho de Jacó e Lia. Ele deu origem à tribo da qual descendeu o Messias. A história de Judá na Bíblia está registrada no livro de Gênesis (Gênesis 29-49). O nome Judá vem do hebraico Yehudah. É amplamente aceito que o nome Judá significa “louvado”. Na ocasião de seu nascimento sua mãe disse: “Esta vez louvarei o Senhor”. O texto bíblico completa informando que por isso Lia lhe chamou Judá (Gênesis 29:35).
A história de Judá
Judá foi casado com uma mulher cananéia, filha de Sua, de Adulão. Com ela Judá foi pai de Er, Onã e Selá. Desde cedo Judá ocupou a posição de líder entre os filhos de Jacó. É nesse papel que ele aparece envolvido em situações decisivas da história de sua família.
De certa forma ele impediu que José fosse morto por seus outros irmãos invejosos. Ele sugeriu que José fosse vendido como escravo à caravana de comerciantes midianitas. Foi dessa maneira que José acabou indo parar no Egito (Gênesis 37:12-28). Mais tarde, no tempo de crise, Judá foi juntamente com seus irmãos buscar auxílio no Egito. Ali ele negociou com o governador do Egito, sem mesmo saber que se tratava de seu irmão José. Foi Judá quem pediu para ser mantido como prisioneiro em lugar de Benjamim, seu irmão mais novo. Nessa ocasião José acabou revelando sua identidade (Gênesis 44:33,34; 45:1). Conheça a história de José do Egito. Judá também foi escolhido por Jacó para liderar a caravana de Israel mostrando o caminho para Gósen (Gênesis 46:28). O patriarca também escolheu Judá entre seus três filhos mais velhos para conceder-lhe o privilégio do direito de primogenitura (Gênesis 49:8-12).
A descendência de Judá
Conforme o costume da época, Judá providenciou uma esposa para seu filho Er, cujo nome era Tamar. Mas Er era um homem perverso e o Senhor o reprovou castigando-o com a morte.
Como Er havia morrido sem gerar filhos, seu irmão Onã precisou se casar com Tamar de acordo com a lei do levirato. Onã tinha a tarefa de gerar descendência ao seu irmão, mas ele descumpriu sua obrigação e também agiu de forma perversa. O castigo de Deus veio sobre ele, e Onã também morreu sem gerar filhos. Então Judá prometeu a Tamar que quando seu filho mais novo Selá crescesse, ele lhe seria dado por marido. Mas o texto bíblico informa que isso não aconteceu. Então Tamar foi astuta e enganou Judá. Ela cobriu seu rosto e fingiu ser uma prostituta para poder se deitar com Judá. Então dessa trama Judá tornou-se pai dos gêmeos Perez e Zerá (Gênesis 38:11-30). Foi através de Perez que Judá tornou-se ancestral do rei Davi e do Senhor Jesus (Rute 4:18-22; Mateus 1:3,16).
Quem Foi Balaão?
Por Que Sua Mula Falou?
E Qual era Sua Doutrina?
Balaão foi um profeta que tentou amaldiçoar o povo de Israel, mas acabou não conseguindo. A história de Balaão está registrada no livro de Números. Ele é conhecido especialmente pelo episódio em que Deus abriu a boca de sua mula e ela falou. Além das passagens no livro de Números (capítulos 22-24 e 31), Balaão é mencionado em outros livros do Antigo Testamento (Deuteronômio 23:4,5; Josué 13:22; 24;9,10; Neemias 13:2; Miqueias 6:5). No Novo Testamento ele também é mencionado sempre de forma negativa (2 Pedro 2:15; Judas 11; Apocalipse 2:14).
A história de Balaão na Bíblia
Balaão era filho de Beor e morava em Petor que ficava junto ao rio Eufrates. É difícil saber a localização correta dessa região. Alguns estudiosos acreditam que talvez ficasse próximo de Harã, na qual o patriarca Abraão também morou. Balaão aparece na narrativa bíblica num contexto em que os israelitas estavam conseguindo importantes vitórias. Eles tinham derrotado os amorreus e conquistado toda a terra de Arnom. Naquele momento eles haviam se posicionaram ao norte do território de Moabe. Quando os moabitas viram que o povo de Israel era numeroso e vitorioso, eles ficaram apavorados. Então Balaque, rei de Moabe, foi procurar Balaão, um homem conhecido por ser vidente.
Rei Balaque contrata Balaão para amaldiçoar Israel
Os moabitas fizeram uma aliança com os midianitas para fazer oposição a Israel (Números 22:7; 25:6-18; 31:1-12). Então Balaque enviou mensageiros a Balaão para pedir-lhe ajuda. Balaque queria que ele amaldiçoasse os israelitas. Balaão parecia ser um profeta renomado, pois Balaque diz sobre ele: “[…] porque sei que a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado” (Números 22:6). Balaão então pediu um prazo de uma noite para consultar o Senhor. Naquela noite Deus disse a ele que não amaldiçoasse Israel “porque é povo abençoado” (Números 22:12). Os mensageiros de Balaque lhe comunicaram a recusa de Balaão, mas Balaque resolveu enviar outros mensageiros prometendo grandes recompensas para que Balaão amaldiçoasse os israelitas. Mais uma vez Balaão pediu para que os mensageiros esperassem uma noite para que ele buscasse a mensagem do Senhor. Então Deus autorizou que ele acompanhasse os moabitas, mas com a condição de que ele dissesse apenas o que Ele mandasse falar.
Pela manhã, Balaão se levantou, preparou sua mula e partiu com os mensageiros de Moabe. Porém, o coração de Balaão era perverso diante de Deus, ou seja, ele partiu com intenções que desagradavam o Senhor.
Então o Anjo do Senhor se colocou em seu caminho para impedi-lo. O profeta Balaão não conseguiu ver o Anjo do Senhor parado no caminho, mas sua mula viu e se recusou a continuar (Números 22:21-27). Irado pelo comportamento da mula, o profeta Balaão a espancou três vezes. Foi aí que Deus fez com que a mula falasse. Assim que a mula falou, Deus também abriu os olhos de Balaão e ele pôde ver o Anjo do Senhor com sua espada desembainhada na mão (Números 22:28-31). O Anjo do Senhor repreendeu Balaão e lhe permitiu continuar. Porém, mais uma vez ele o exortou a falar somente aquilo que o Senhor lhe ordenasse a dizer (Números 22:32-35).
As profecias de Balaão
Quando Balaão se encontrou com Balaque, ele lhe avisou que só poderia dizer aquilo que o Senhor colasse em sua boca (Números 22:38). Então ele foi levado por Balaque para amaldiçoar Israel, mas por três vezes em vez de maldição Balaão teve de proferir bênçãos da parte do Senhor sobre os israelitas.
Na primeira profecia, Balaão declarou não ser capaz de amaldiçoar aqueles a quem Deus não havia amaldiçoado (Números 23:7-10).
Na segunda profecia, ele reafirmou que Deus estava ao lado dos israelitas, garantindo-lhes a vitória sobre os moabitas (Números 23:18-24).
Na terceira profecia o profeta Balaão falou sobre as bênçãos que Deus havia planejado para Israel. Ele também ressaltou que seria maldito qualquer um que se levantasse com o propósito de amaldiçoar aquele povo (Números 24:1-9).
Na quarta profecia, ele profetizou sobre a vinda de um grande conquistador que viria no futuro e que derrotaria de forma esmagadora os moabitas e edomitas. Essa profecia se cumpriu em Davi (2 Samuel 8:2-14) e também apontava para as conquistas ainda maiores do Messias, do qual o reinado de Davi apenas prefigurava. Depois, Balaão também profetizou a queda de outras nações (Números 24:20-25). Saiba mais sobre a história de Davi.
O conselho de Balaão e sua morte
Após profetizar sobre Israel, Balaão se despediu de Balaque e retornou a sua terra. Mas depois ele aparece peregrinando entre os midianitas. Foi então que ele os aconselhou a atraírem o povo de Israel para o culto pagão de Baal-Peor e a se prostituírem (Números 25; 31:16). Diante do pecado do povo, Deus derramou o seu juízo e os pecadores foram eliminados da congregação de Israel. Deus também ordenou que Moisés afligisse os midianitas por causa do ocorrido (Números 25:16-18). Na ocasião, Balaão foi morto juntamente com os reis midianitas (Números 31:8).
A doutrina de Balaão
Balaão passou a ser mencionado na Bíblia como exemplo de um falso profeta que procura fazer o povo de Deus tropeçar. É assim que ele aparece no Novo Testamento. Judas adverte contra o erro das pessoas que são levadas pelo engano do prêmio de Balaão. O apóstolo Pedro fala sobre o perigo de seguir o caminho de Balaão que “amou o prêmio da injustiça” (Judas 11; 2 Pedro 2:15). No livro do Apocalipse, o Senhor Jesus repreendeu a Igreja em Pérgamo por tolerar pessoas que seguiam a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos banquetes da idolatria e se entregassem a imoralidade (Apocalipse 2:14). Com base nesses textos, também é possível perceber com muita clareza qual foi o erro de Balaão. Ele conheceu a vontade do Senhor, mas ainda assim voltou suas costas para Ele, recusou-se a ouvir sua palavra e arquitetou um plano para destruir o seu povo escolhido. Balaão fez tudo isto por se apegar as coisas deste mundo maligno, amando o prêmio da injustiça. Deste modo, ele se tornou um tipo de todo aquele que age como falso profeta, pervertendo o Evangelho e se levantando contra a Igreja de Cristo.
Quem foi o Arão na Bíblia?
(Foi o Sumo-Sacerdote do tabernáculo terrestre)
Arão foi o primeiro líder dos sacerdotes hebreus. Ele era filho de Anrão e Joquebede, e irmão de Moisés e Miriã. Arão era três anos mais velho que Moisés, e provavelmente mais novo que Miriã. (Êxodo 2:4; 6:20). A seguir, conheceremos um pouco mais sobre quem foi Arão na Bíblia.
A história de Arão
A história de Arão está registrada na Bíblia a partir do livro de Êxodo e estende-se até o livro de Deuteronômio. Ele aparece pela primeira vez no texto bíblico quando Moisés é comissionado a ir ao Egito a fim de libertar o povo hebreu.
Arão era descendente de Levi, e foi casado com Eliseba. Com sua esposa ele teve quatro filhos: Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Seus dois primeiros filhos morreram perante o altar do Senhor (Levítico 10:1,2). Quando Moisés alegou dificuldade e falta de eloquência ao falar, Arão é mencionado como sendo alguém que poderia ser útil, pois falava muito bem (Êxodo 4:10-14). Arão esteve no Egito durante os quarenta anos em que Moisés ficou ausente, até que recebeu uma ordem do Senhor para encontrar Moisés na “montanha de Deus”. Moisés instruiu Arão acerca da tarefa que eles realizariam. Juntos eles se reapresentaram à comunidade dos hebreus no Egito e informaram ao povo o que Deus iria fazer (Êxodo 4:27-31). Conforme Moisés ia recebendo a mensagem diretamente de Deus, Arão ia transmitindo tal mensagem. Dessa forma ele serviu como um tipo de porta-voz de Moisés diante de Faraó e diante do povo em algumas ocasiões.
Arão diante de Faraó no Egito
Arão esteve presente com Moisés diante do Faraó do Egito. Eles solicitaram permissão a Faraó para que o povo hebreu partisse dali rumo ao deserto.Arão agiu de acordo com Moisés, e realizou milagres na presença de Faraó. Tais milagres indicavam que eles estavam ali autorizados pelo Deus Todo-Poderoso (Êxodo 7:10). Dessa forma, Arão teve participação ativa durante o período em que Deus enviou as dez pragas sobre o Egito.
Arão foi um dos líderes do povo de Israel
Após o povo de Israel ter saído do Egito, Arão aparece novamente no episódio em que os amalequitas atacaram os hebreus. Nessa ocasião, juntamente com Hur, ele sustentou as mãos de Moisés erguidas até que os israelitas vencessem a batalha (Êxodo 17:8). Quando chegaram ao Monte Sinai, Arão esteve entre aqueles que receberam permissão de se aproximarem da presença do Senhor. Além dele, esse grupo era formado por seus dois filhos, Moisés, e mais setenta anciãos (Êxodo 24:1-11). No entanto, apenas Moisés pôde se aproximar ainda mais, enquanto os demais contemplaram a glória do Senhor de longe. Quando Moisés permaneceu sozinho no monte para encontrar-se com Deus, Arão foi nomeado como líder interino dos israelitas.
Os erros de Arão
(Arão e o bezerro de ouro, foi uma das maiores afrontas dele contra o senhor.)
Foi durante o período em que liderou o povo na ausência de Israel que Arão cometeu seu maior erro. Mesmo depois de ter contemplado a glória do Senhor, ele não resistiu à pressão popular e permitiu que o povo de Israel voltasse a idolatria.
Eles formaram um bezerro de ouro para servir como um tipo de deus para o povo de Israel. Talvez Arão pensasse que ao adorarem aquele ídolo, de alguma forma, a adoração seria direcionada ao Senhor (Êxodo 32:21-24). Todavia, aquele ato foi caracterizado como pura idolatria e terrível apostasia, e tal pecado foi duramente punido. Arão até tentou negar sua participação naquela atitude pecaminosa (Êxodo 32:21-24). De qualquer forma, o texto bíblico não faz menção sobre uma possível punição que ele possa ter recebido.
Quando teve a responsabilidade de liderar o povo, Arão não se mostrou um líder firme e sensato, mas alguém com um caráter fraco e volúvel. Mais tarde, Arão esteve junto com Miriã numa oposição a Moisés motivada por ciúme. Naquela ocasião Miriã foi castigada, ficando alguns dias leprosa. No entanto, novamente não há qualquer informação sobre uma punição direcionada a ele (Números 12).
Arão é escolhido como sumo-sacerdote
Arão foi a pessoa escolhida por Deus para estabelecer o sacerdócio hebreu. Ele ocupou o cargo de sumo sacerdote, isto é, líder dos sacerdotes, e recebeu vestimentas especiais segundo o relato de Êxodo 39. Houve também uma cerimônia solene presidida por Moisés. Como sumo sacerdote, Arão foi o líder espiritual da nação. Ele tinha a responsabilidade de representar o povo perante Deus, intercedendo por ele e oferecendo os sacrifícios necessários. O sacerdócio hebreu que começou com Arão durou até o ano de 70 d.C., embora tivesse que ter sido finalizado com a primeira vinda de Cristo. O escritor de Hebreus se referiu a Arão como o sumo sacerdote que ajudou a preparar o povo para o sumo sacerdócio perfeito de Cristo (Hebreus 5:4). Portanto, o sacerdócio de araônico foi temporário, mas o de Cristo dura para sempre.
A vara de Arão floresceu
Certa vez, Coré, Datã e Abirã lideraram uma revolta contra Moisés e Arão. Mas Deus enviou uma praga para atestar a legitimidade da autoridade exercida pelos dois irmãos (Números 16). Na ocasião, Arão foi para o meio da congregação e fez expiação pelo povo, e a praga cessou. Também, para provar de uma vez por todas que ele era o sumo sacerdote autorizado por Deus, sua vara foi a única que floresceu dentre as diferentes varas dos filhos de Israel (Números 17:8). Essa mesma vara foi colocada dentro da Arca da Aliança e conservada junto com as tábuas da Lei e o vaso de maná.
A morte de Arão
Assim como Moisés, Arão também foi impedido de entrar na Terra Prometida por conta de sua incredulidade (Números 20:12). Quando sua morte foi anunciada por Moisés, ele foi levado ao monte Hor, e suas vestimentas sacerdotais foram tiradas e colocas sobre Eleazar, seu filho e sucessor.
Ele morreu ali mesmo, no cume do monte Hor (Número 20:28). Esse local já foi alvo de muitas especulações, mas sua localização exata é desconhecida. A morte de Arão é também mencionada em outras duas passagens bíblicas (Números 33:38,39 e Deuteronômio 10:6). Arão morreu no primeiro dia do quinto mês do ano quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito. Na ocasião ele já estava com a idade bastante avançada de 123 anos. A congregação de Israel chorou a morte de Arão durante trinta dias (Números 20:29).
Quem foi Daniel?
Daniel foi um profeta, o quarto dos chamados “Profetas Maiores”, e personagem principal do livro de Daniel presente no Antigo Testamento. Nada se sabe sobre sua vida além do que é relatado no livro que traz seu nome. Sabemos que o Profeta Daniel foi um israelita de linhagem nobre e real (Dn 1:3), levado cativo de Judá para a Babilônia pelo rei Nabucodonosor, em aproximadamente 605 a.C., no terceiro ano do reinado de Jeoaquim, rei de Judá (Dn 1:1).
Na Babilônia, juntamente com outros companheiros com qualidades semelhantes a ele, Daniel foi educado para o serviço no Império Babilônico, sendo instruído sobre a língua e a civilização dos caldeus (Dn 1:4). Dentre os companheiros de Daniel na Babilônia, o relato bíblico destaca três nomes: Hananias, Misael e Azarias, também conhecidos por seus nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abednego respectivamente. Conforme o costume babilônico que atribuía nomes que faziam referências as suas deidades, Daniel também recebeu outro nome, no caso Beltessazar. O rei da Babilônia determinou que fossem servidas aos jovens capturados as mesmas iguarias que eram servidas no banquete real da corte pagã. Porém, Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia (Dn 1:8). Isso parece indicar que possivelmente o alimento real era conflitante as regras alimentícias estabelecida na Lei de Moisés. Daniel então conversou com o chefe dos eunucos, a qual Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia (Dn 1:8), para que ele não precisasse comer daquele banquete. Inicialmente, foi feito um acordo para que durante dez dias fosse servido a Daniel e seus três amigos apenas legumes e água. Ao final dos dez dias, eles seriam examinados e comparados com os demais jovens que estavam se banqueteando com as iguarias do palácio. Após dez dias, Daniel, Hananias, Mizael e Azarias estavam com aspecto mais saudável do que qualquer outro jovem. A Bíblia diz que Deus concedeu a estes quatro jovens, conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria, mas a Daniel, Deus também deu entendimento em toda a visão e sonhos (Dn 1:17). Quando o período de treinamento determinado por Nabucodonosor terminou, os jovens foram conduzidos à presença do rei. Na ocasião, a Bíblia diz que não foram achados outros jovens tão capazes como Daniel, Hananias, Misael e Azarias, fazendo com eles ficassem assistindo diretamente diante do rei. O rei lhes fez várias perguntas sobre todos os assuntos nos quais se exigia conhecimento e sabedoria, e Daniel e seus três amigos se mostraram dez vezes mais sábios do que todos os magos e encantadores do Império Babilônico.
O Profeta Daniel interpreta os sonhos de Nabucodonosor
O Profeta Daniel ganhou reputação inicialmente interpretando os sonhos do rei Nabucodonosor (Dn 2,4). Nabucodonosor havia tido um sonho que lhe deixou perturbado, e, convocando os magos, os encantadores, os feiticeiros e os astrólogos, pediu-lhes que revelassem não só o significado do sonho, mas o próprio conteúdo do sonho. Entretanto, eles não foram capazes de revelar o sonho ao rei, o que fez com que Nabucodonosor ordenasse que todos os sábios da Babilônia fossem executados, incluindo Daniel e seus amigos.
Ao saber disso, Daniel pediu um prazo para que revelasse ao rei o conteúdo do sonho e a interpretação do mesmo. Então, através de divina revelação, Daniel contou o sonho não revelado pelo rei, bem como a sua interpretação, que incluía a destruição do reino de Nabucodonosor (Dn 2:19-36). Nabucodonosor, impressionado com o que aconteceu, honrou a Deus e recompensou Daniel com presentes preciosos, colocando-o como o governador de toda a província de Babilônia, além de principal governador de todos os sábios (Dn 2:48). Mais tarde, o rei Nabucodonosor voltou a ter outro sonho da parte de Deus. Tal sonho envolvia o processo de humilhação a qual o monarca seria submetido devido ao seu orgulho e soberba (Dn 4).
O Profeta Daniel interpreta um estranho texto na parede
Por pelo menos 20 anos (aprox. 561-539 a.C.), nada foi registrado sobre Daniel. Alguns estudiosos acreditam que ele tenha, de certa forma, perdido alguma posição privilegiada na corte depois da morte de Nabucodonosor.
O Profeta aparece em cena novamente por ocasião de um episódio ocorrido já durante o reinado de Belsazar, que exercia a co-regência da Babilônia com seu pai Nabonido. Belsazar deu uma festa, e acabou ordenando que trouxessem as taças de ouro e de prata que Nabucodonosor havia tomado de Templo de Jerusalém para que fossem profanadas por ele e seus convidados (Dn 5:1-3). Num determinado momento, apareceram dedos de mão humana que começaram a escrever na parede do palácio (Dn 5:5). Quando nenhum dos sábios da Babilônia pôde desvendar o que havia sido escrito na parede, a rainha, provavelmente filha de Nabucodonosor e mãe de Belsazar, lembrou-se de Daniel, que acabou sendo convocado para interpretar a inscrição que dizia: “MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM” (5:25). De acordo com a interpretação do Profeta Daniel, a inscrição misteriosa da parede era uma referência à sentença sobre a conquista da Babilônia e a queda de seu rei. A interpretação exata dada pelo Profeta Daniel foi a seguinte:
Mene: Deus contou os dias do teu reinado e determinou o seu fim.
Tequel: Foste pesado na balança e achado em falta.
Peres: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas.
(Daniel 5:26-28)
Tudo sucedeu conforme a interpretação do Profeta Daniel. Dario, o medo, matou Belsazar e conquistou Babilônia naquela mesma noite. Embora não exista qualquer referência extra-bíblica a um personagem medo com o nome de Dario, importantes estudiosos consideram que esse Dario citado no livro de Daniel é o governador da Babilônia no reinado de Ciro, identificado como Gobryas.
Daniel na cova dos leões
As visões do Profeta Daniel
O Profeta Daniel teve sua última visão registrada em seu livro, nas margens do rio Tigre, durante o terceiro ano do reinado de Ciro. No Novo Testamento, Jesus, em Seu Sermão Escatológico, cita a profecia do Profeta Daniel acerca do “abominável da desolação” (Dn 9:27; 11:31; 12:11 cf. Mt 24:15; Mc 13:14), que historicamente se referia à profanação promovida por Antíoco IV Epífanio, e que prefigurava a profanação causada pelo general romano Tito na queda de Jerusalém em 70 d.C. Ainda sobre essa profecia, a maioria dos estudiosos concorda que tais eventos tipificam de alguma forma o Anticristo escatológico, que surgirá perto do fim da presente era (2Ts 2:3).
O Profeta Daniel foi e é um exemplo para todos nós
Daniel foi uma pessoa integra e justa, temente a Deus acima de qualquer coisa. Ele nunca aceitou se corromper, por maior que fosse o tesouro que lhe oferecesse. Daniel era fiel a Deus mesmo que isso custasse sua vida. Ele também nos mostrou como é possível buscar a Deus mesmo em uma terra estranha e mergulhada no paganismo.
Estudo do Salmo 139
O Salmo 139 é um dos mais belos do Saltério. Um estudo bíblico do Salmo 139 revela a forma com que o salmista reflete acerca de quem é Deus. Esse salmo é uma oração pessoal em forma de poesia na qual o salmista medita nos atributos de Deus. Ele traz uma preciosa exposição que contrasta a grandiosidade do Senhor e a pequenez do homem.
Esboço do Salmo 139
O Salmo 139 é organizado em quatro partes que destacam de forma central certos atributos de Deus.
- Na primeira parte o salmista fala sobre a onisciência de Deus (Salmo 139:1-6).
- Na segunda parte o salmista fala sobre a onipresença de Deus (Salmo 139:7-12).
- Na terceira parte o salmista fala sobre a onipotência de Deus (Salmo 139:13-18).
- Na quarta parte o salmista fala sobre a santidade de Deus e destaca o resultado prático e experiencial que esse atributo moral de Deus ocasiona em sua vida.
Onisciência, onipresença e onipotência são atributos incomunicáveis. Isso significa que somente Deus é quem os possui. Já a santidade é um atributo comunicável. Deus compartilha dessa santidade conosco e por isto Ele exige que sejamos santos. Ele diz: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (Levítico 19:2).
O Salmo 139 traz uma mensagem aterrorizante para o pecador ao revelar a soberania de Deus sobre todas as coisas. Mas ao mesmo tempo ele também traz uma mensagem extremamente confortante ao revelar que o Deus soberano governa todas as coisas de acordo com sua infinita sabedoria, santidade e justiça. Ao mesmo tempo em que o Salmo 139 fala de um Deus soberano e transcendente, ele também fala de um Deus intimamente pessoal e imanente.
O Deus onisciente (Salmo 139:1-6)
Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor. Tu me cercas, por trás e pela frente, e pões a tua mão sobre mim. Tal conhecimento é maravilhoso demais e está além do meu alcance, é tão elevado que não o posso atingir.
Nos seis primeiros versículos o salmista nos apresenta o Deus onisciente. Ele começa sua oração dizendo que o Senhor é Aquele que o sonda e o conhece. Sondar nesse texto transmite a ideia de “cavar”, “penetrar” ou “alcançar o mais profundo”.
Ao dizer: “Senhor, tu me sondas e me conheces”; o salmista declara que Deus sabe mais sobre sua vida do que ele próprio. Ele reconhece que o conhecimento de Deus vai ao mais profundo de seu ser, onde nem mesmo ele é capaz de ir.
A partir do verso 2, o salmista fala sobre como Deus conhece cada momento do seu cotidiano. Mas o salmista vai ainda mais além. Ele declara que Deus percebe de longe os seus pensamentos.
Na antiguidade os povos tinham um entendimento territorial de suas divindades. Cada cidade possuía o seu deus; eles pensavam que dentro dos limites daquele território tal divindade reinava, conhecia e protegia seus fieis.
Mas no Salmo 139 o salmista rompe e desconsidera esse conceito pobre e falido. Ele apresenta um Deus que não está preso a limites territoriais. Esse Deus não conhece apenas aquilo que está dentro das fronteiras de um determinado reino. O salmista fala de um Deus que de longe percebe cada pensamento do homem. O pai não conhece o pensamento do filho; o filho não conhece o pensamento do pai. O marido não conhece o pensamento da esposa, e nem a esposa o pensamento do marido, por mais que se amem. Mas Deus conhece os nossos pensamentos.
Acredita-se que cerca de dez mil pensamentos são formulados diariamente em nossa mente. Muitos desses pensamentos ocorrem num grau que nem mesmo nós percebemos conscientemente. Isso significa que Deus conhece os pensamentos que nem mesmo nós conhecemos. Por isto o salmista diz que Deus também conhece cada uma de nossas palavras, antes de elas chegarem à nossa língua.
O Deus onipresente (Salmo 139:7-12)
Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás. Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá. Mesmo que eu dissesse que as trevas me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor, verei que nem as trevas são escuras para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.
A primeira reação do pecador diante da grandeza e da santidade do Deus onisciente é tentar escapar. Esse sentimento de fuga pode ser percebido desde a Queda do homem no Éden (Gênesis 3).
Mas no Salmo 139 o escritor entende o quanto isto é inútil. Jamais poderemos fugir do Deus onipresente. O salmista diz que os olhos de Deus o encontram onde quer que ele vá, seja no mais alto céu, ou no mais profundo abismo. Nem mesmo a morte pode esconder o homem dos olhos de Deus!
O salmista também diz que se ele subisse com as asas da alvorada e habitasse nos confins dos mares, a mão de Deus o guiaria e o sustentaria. A ideia nessa expressão é a de que mesmo que o homem pudesse alcançar as bordas do planeta com a velocidade da luz, ainda assim ele não estaria além do poder de Deus.
Caso o homem tente recorrer às trevas para se esconder de Deus, o salmista também diz que isto é impossível. Jamais alguém poderia se esconder nas trevas daquele que no princípio disse: “Que haja luz!”(Gênesis 1:2). Através do profeta Isaías Deus diz: “Eu formo a luz e crio as trevas” (Isaías 45:7).
O Deus onipotente (Salmo 139:13-18)
Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir. Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles! Se eu os contasse seriam mais do que os grãos de areia. Se terminasse de contá-los, eu ainda estaria contigo.
Na sequência do Salmo 139 o salmista fala sobre como o Deus onisciente e onipresente mostra sua onipotência na criação do homem. Ele mostra Deus como um artesão perfeito que constrói sua obra de arte no lugar mais improvável. Deus forma o homem secretamente na escuridão do ventre materno, e ali o enxerga com clareza e perfeição.
O salmista diz que Deus o teceu no ventre de sua mãe. Como um tecelão perfeccionista que cuida detalhadamente de cada fio que é entrelaçado, assim Deus forma o homem. Depois de três mil anos que o salmo 139 foi escrito, a ciência descobriu que o corpo humano é tecido com bilhões e bilhões de células.
Diante de algo tão maravilhoso, o salmista não fica ofendido, mas se rende à grandeza de Deus. Se por um lado Deus conhece exaustivamente todos os seus pensamentos, por outro lado o salmista declara não ser capaz de enumerar os preciosos pensamentos de Deus. Tentar contá-los seria um delírio!
Mais tarde o apóstolo Paulo ficou tão extasiado quanto Davi diante dos decretos eternos de Deus. Por isto ele concluiu: “Porque dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém!”(Romanos 11:33-36).
O santíssimo Deus e a submissão do homem a Ele (Salmo 139:19-24)
Quem dera matasses os ímpios, ó Deus! Afastem-se de mim os assassinos! Porque falam de ti com maldade; em vão rebelam-se contra ti. Acaso não odeio os que te odeiam, Senhor? E não detesto os que se revoltam contra ti? Tenho por eles ódio implacável! Considero-os inimigos meus! Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.
Algumas pessoas não conseguem entender a última parte do Salmo 139. Alguns pensam que essa última parte não se harmoniza com o restante do salmo. Mas é fácil perceber que essa última parte é a única conclusão possível depois de o salmista refletir sobre a grandeza de Deus.
Em primeiro lugar, ele demonstra sua indignação contra aqueles que ousam fazer pouco caso de um Deus tão grande e maravilhoso. Por isto ele declara odiar os ímpios. Aqui é importante entender que não há contradição alguma com o ensinamento de Jesus no Novo Testamento de que temos que amar nossos inimigos. O salmista não está declarando sua ira contra seus próprios inimigos, mas contra os inimigos de Deus.
O ódio que o salmista sente e registra no final do Salmo 139 não está sob a base do egoísmo. Essa santa ira é a reação esperada daqueles que conhecem o verdadeiro Deus e não aceitam que alguém blasfeme dele. No Salmo 139 o escritor bíblico não está preocupado com sua própria honra, mas com a honra de Deus. Aqui a cabe o conselho do apóstolo Paulo: “Ireis e não pequeis”
.Mas o salmista também demonstra não ser um hipócrita. Ele não aponta sua indignação apenas contra os ímpios, mas também contra ele mesmo. Ele sabe que no fundo, por sua própria natureza, ele não é melhor do que eles. Por isso ele sente temor diante da santidade de Deus. Então naturalmente ele encerra sua oração com um sincero pedido para que Deus o sonde, o prove, o esquadrinhe, e veja se há nele algo de errado.
O salmista reconhece que nem mesmo ele próprio é capaz de discernir completamente seu coração. O profeta Jeremias escreve que o coração do homem é enganoso (Jeremias 17:9). O salmista temia que algum mal oculto pudesse estar dentro dele. A palavra hebraica traduzida como “mal” é bastante ampla. Ela transmite, inclusive, um sentido de idolatria. Nesse sentido é como se o salmista estivesse dizendo: “Deus, sonda-me e veja se há algo escondido em mim que pecaminosamente possa querer tentar rivalizar com sua grandeza e ofender sua presença”. No final, ele pede: “Dirija-me pelo caminho eterno”.
Aplicações do estudo do Salmo 139
Obviamente são muitas as lições que aprendemos com o estudo do Salmo 139. Aqui citaremos quatro aplicações centrais desse salmo.
Em primeiro lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível enganar ou passar despercebido pelo Deus onisciente. Ele conheçe cada detalhe e momento de nossa vida; conheçe exaustivamente os nossos pensamentos. Ele sabe mais sobre nós que nós mesmos.
Aqui podemos lembrar o episódio em que o profeta Samuel foi à casa de Jessé para ungir o novo rei de Israel. Ele ficou impressionado com a aparência de Eliabe, o irmão mais velho de Davi, mas Deus lhe disse: “Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7).
Em segundo lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível escapar do Deus onipresente. O profeta Jonasfoi alguém que pensou poder fugir de Deus. Talvez ele tenha pensado que seguindo no sentido contrário ao que lhe foi ordenado, ele conseguiria escapar do Senhor. Ele não poderia estar mais enganado.
Em terceiro lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível se esconder do Deus onipotente. Ainda no exemplo de Jonas, o profeta não apenas tentou fugir de Deus, mas também tentou se esconder dele. Ele se deitou no porão de um navio no meio do mar, mas o Deus onipresente o encontrou ali. Como alguém poderia se esconder em pleno mar justamente daquele que criou o mar e a terra seca? Quão inútil e sem sentido era o plano de Jonas (Jonas 1:9).
Em quarto lugar, o Salmo 139 nos ensina que é impossível permanecer o mesmo após conhecer o grandioso e verdadeiro Deus; o Santíssimo criador e sustentador de todas as coisas. Se dizemos que conhecemos a Deus, mas não nos indignamos com a rebelião do pecador contra Ele; se aceitamos como algo normal a transgressão de sua Lei; e se vivemos nossas vidas flertando com o pecado, então há algo de muito errado conosco.
Que a oração do salmista no Salmo 139 seja também a nossa mais sincera oração em todos os dias de nossas vidas: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23,24).